Sobre "O bordado encantado"
"Usar as mãos para criar talvez seja das coisas mais fascinantes que uma pessoa possa realizar. Minha mãe me criou no tricô e cedo aprendi a fazer pequenas roupas para minhas bonecas. A Marina me mostrou a moça tecelã, que tecia e destecia no tear do seu destino. E o Edmir me trouxe, de longe, do Tibet, uma história sobre uma senhora que, com sangue e lágrimas, borda a paisagem mais bonita encantadora que poderia existir. Senhora pobre que borda para sustentar a si e aos três filhos. Mulher que se encanta com um bordado diferente, visto na feira do povoado, e faz pra si algo sublime, como aquele bordado visto. O bordado é levado pelo vento e a dor do trabalho perdido faz a velha adoecer e fenecer. Os filhos, com medo da mãe morrer e não mais sustentá-los, resolvem partir em busca do tecido e nunca voltam. Dois, porque o terceiro, mais jovem e amoroso com a mãe, parte em busca do pano e dos irmãos perdidos.
O caminho, para todos os que tentam mostrar seu valor, é tortuoso, com provações e sacrifícios. E um amor perdido. O jovem apaixona-se por uma fada, que junto com as outras, pediu ao vento que roubasse o bordado da mãe do rapaz para aprender a técnica por ela inventada. Amor proibido, ele volta, com o coração partido e o amor perdido. A mãe se restabelece ao ver seu trabalho devolvido, os irmãos se perderam no caminho, e o jovem e a doce fada...
“O bordado encantado” é daqueles livros que há muito tenho e que há pouco li. A narrativa envolvente me fez pensar na criação e no amor; uma coisa está ligada a outra, penso, e comecei a me imaginar bordando, talvez criando com as mãos algo de beleza sublime...talvez, o meu bordado só possa ser visto de outra maneira, mas não há possibilidade de fuga: criar é dar vista a algo que é um pedaço de nós."
Essa foi a leitura de viagem de hoje. A escrita tem se mostrado algo difícil para mim e para tantos outros, algo tormentoso. Desbravar e singrar mares pede coragem, vontade de conhecer a si. Dividir com o outro essa aventura pede compaixão, no sentido de co-partilhar os sentimentos (os melhores e os piores). Quem o faz pode dizer: escrever é, para mim, criar vida, como o bordado encantado.
O caminho, para todos os que tentam mostrar seu valor, é tortuoso, com provações e sacrifícios. E um amor perdido. O jovem apaixona-se por uma fada, que junto com as outras, pediu ao vento que roubasse o bordado da mãe do rapaz para aprender a técnica por ela inventada. Amor proibido, ele volta, com o coração partido e o amor perdido. A mãe se restabelece ao ver seu trabalho devolvido, os irmãos se perderam no caminho, e o jovem e a doce fada...
“O bordado encantado” é daqueles livros que há muito tenho e que há pouco li. A narrativa envolvente me fez pensar na criação e no amor; uma coisa está ligada a outra, penso, e comecei a me imaginar bordando, talvez criando com as mãos algo de beleza sublime...talvez, o meu bordado só possa ser visto de outra maneira, mas não há possibilidade de fuga: criar é dar vista a algo que é um pedaço de nós."
Essa foi a leitura de viagem de hoje. A escrita tem se mostrado algo difícil para mim e para tantos outros, algo tormentoso. Desbravar e singrar mares pede coragem, vontade de conhecer a si. Dividir com o outro essa aventura pede compaixão, no sentido de co-partilhar os sentimentos (os melhores e os piores). Quem o faz pode dizer: escrever é, para mim, criar vida, como o bordado encantado.
Simplesmente lindo !!!
ResponderExcluirAdorei, sua colocação foi perfeita: "...talvez, o meu bordado só possa ser visto de outra maneira, mas não há possibilidade de fuga: criar é dar vista a algo que é um pedaço de nós."
Quanto privilégio tenho em poder conviver com vc, aprendendo a cada dia, beijos Su