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Mostrando postagens de março, 2011

Dia de sol

Precisei de poesia e li Bagagem, da Adélia, de uma vez só. Certo, precisava também ensaiar minha escrita como tinha proposto ao grupo: eles poderiam escolher quem andaria na prancha para ler e produzir um diário de leituras literárias. No princípio, cinco deles. Acatei a sugestão de um sexto caderno, que fosse volante. As leituras de hoje me aqueceram: como a gente pode fazer disso uma prática social em que a linguagem é viva, em que ela pode circular e ser lida ora com doçura, ora com dureza. Retomo ao fim os objetivos e questiono se esta é a melhor rota para seguirmos. Pouco se fala, os mesmos de sempre. Preciso ir mais fundo, que esses textos possam...

Tormentas

Um mês de viagem e ar rarefeito de literatura. Depois de dois anos e alguns meses de formação com o grupo, descubro que eu não os apaixonara. Sim, não consegui seduzir as almas mais duras com minha doce voz de sereia. Pouco adiantou ter insistido em uma série de leituras feitas no começo de todos os encontros; não adiantou perturbá-los com livros coloridos; não consegui trazer Ulisses para mim. O susto veio quando um deles me disse não ver sentido em ler textos literários para seu aluno, ainda mais sendo professor de outra área. Acredito na literatura e como o Rubens, companheiro de conversas sobre a vida, acredito na poesia. Mas uma vez não basta: outro alguém me diz que não dividiria o tempo da prova com os cinco minutos iniciais de leitura, existiam coisas mais importantes. Sim, tempos de tormenta em que descubro que o óbvio para mim não é tão simples para os outros...